Bambu
A diversidade de funções garante a comercialização da planta, uma das mais antigas e mais difundidas em todo o planeta
por João Mathias | Consultor Moisés Medeiros Pinto*
Dizer que o bambu tem 1.001 utilidades não é apenas força de expressão. Gramínea que serviu de alimento para animais por milhões de anos, hoje a planta é empregada como biomassa para a produção de energia, material de engenharia civil e arquitetura, matéria-prima para móveis, objetos de decoração e papel, entre outras finalidades.
Além do grande potencial para substituir a madeira, o bambu ainda tem muitos predicados mesmo sem removê-lo da natureza. Ele fornece sombra, oferece proteção contra vento e chuva, produz som agradável e tem efeito paisagístico.
Matéria-prima com tantos benefícios, a planta tem em seu cultivo um excelente negócio para o produtor obter bons rendimentos.
Existem de 1,2 mil a 1,5 mil espécies nativas de bambu, que é cultivado em praticamente todo o mundo. No Brasil, onde brota a maior diversidade de bambus das Américas, existem centenas de espécies nativas. Contudo, são pouco conhecidas e aproveitadas pelos brasileiros, que são mais familiarizados com as variedades exóticas.
Existem de 1,2 mil a 1,5 mil espécies nativas de bambu, que é cultivado em praticamente todo o mundo. No Brasil, onde brota a maior diversidade de bambus das Américas, existem centenas de espécies nativas. Contudo, são pouco conhecidas e aproveitadas pelos brasileiros, que são mais familiarizados com as variedades exóticas.
Bambu-caipira (Bambusa tuldoides),
bambu-gigante-verde (B. vulgaris) e
bambu-brasil, ou bambu-gigante-verde-e-amarelo (B. vulgaris var. vittata), foram trazidos para cá pelos portugueses. Da Ásia, sobretudo China e Índia, vieram também o
bambu-gigante (Dendrocalamus giganteus e asper) e a cana-da-índia, ou bambu-mirim (Phillostachys aurea).
Outras espécies de bambu de clima temperado, como o mossô (P. edulis, ou pubescens) e o hachiku (P. nigra henonis), além de mudas dos gêneros Sasa, Pleioblastus e Pseudosasa, chegaram a terras brasileiras pelas mãos de imigrantes japoneses nas primeiras décadas do século XX
Nos anos 50 e 60, novas espécies desembarcaram no país e formaram o banco de germoplasma de bambu do centro de pesquisa do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no estado de São Paulo.
O bambu é uma grama arborescente que atinge, em média, de oito a 15 metros de altura. Mas há espécies ornamentais herbáceas que não ultrapassam 15 centímetros de altura e variedades de outras espécies que chegam a 40 metros em dois anos. Dotado de fibra natural de alta resistência, apresenta crescimento somente na vertical.
*Moisés Medeiros Pinto é pesquisador autônomo em bambus em Sorocaba (SP) e realiza pesquisas em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Apta/SAA de Tatuí (SP), mosespi@hotmail.com
O bambu é uma grama arborescente que atinge, em média, de oito a 15 metros de altura. Mas há espécies ornamentais herbáceas que não ultrapassam 15 centímetros de altura e variedades de outras espécies que chegam a 40 metros em dois anos. Dotado de fibra natural de alta resistência, apresenta crescimento somente na vertical.
*Moisés Medeiros Pinto é pesquisador autônomo em bambus em Sorocaba (SP) e realiza pesquisas em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Apta/SAA de Tatuí (SP), mosespi@hotmail.com
RAIO X
SOLO: qualquer tipo, exceto os encharcados
CLIMA: tropical a temperado e subtropical
ÁREA MÍNIMA: um hectare é suficiente para obtenção de brotos, colmos e mudas para a venda
PRODUÇÃO: entre o terceiro e o quinto ano de plantio, já podem ser colhidos colmos
CUSTO: o preço da muda varia entre R$ 10 e R$ 15
CLIMA: tropical a temperado e subtropical
ÁREA MÍNIMA: um hectare é suficiente para obtenção de brotos, colmos e mudas para a venda
PRODUÇÃO: entre o terceiro e o quinto ano de plantio, já podem ser colhidos colmos
CUSTO: o preço da muda varia entre R$ 10 e R$ 15
MÃOS À OBRA
INÍCIO: Entre as variadas espécies encontradas no país, é necessário identificar aquela que mais se adapta às condições climáticas da região onde será plantada. Para assegurar a escolha certa, solicite orientação de um especialista no assunto ou de um profissional de agronomia na secretaria de Agricultura do município.
PROPAGAÇÃO: O método mais indicado para obter mudas é o vegetativo. Para as espécies alastrantes, como mossô e hachiku, que não formam touceiras, o ideal é utilizar os rizomas e suas raízes ainda com terra junto com parte do colmo com gemas vegetativas ou ramas laterais. O mesmo processo vale para os bambus entouceirantes – formados por touceiras fechadas e compactas, devido ao tipo de rizoma, que é curto. Nesse caso, podem também ser aproveitadas as partes dos colmos com gemas de brotamento íntegras ou ramas laterais, ou ainda somente ramas laterais com gemas de brotamento. Considerada mais eficiente, a técnica de propagação in vitro está em fase de pesquisa no país.
AMBIENTE: Pode ser cultivado em todos os lugares. As espécies tropicais são adequadas para cultivo em áreas desde o nível do mar até altitudes medianas, enquanto as de clima temperado vão bem até em áreas mais elevadas. No entanto, encontram-se aqui bambus exóticos de clima frio e tropicais convivendo lado a lado em regiões de planaltos.
PLANTIO: Exceto os solos encharcados, o bambu aceita todo tipo de terra para se desenvolver, mas apresenta melhor resultado em terrenos arenosos e drenados de encostas. É necessária adubação adequada em solos pobres.
ESPAÇAMENTO: Para bambus de grande porte e entouceirantes dos gêneros Bambusa, Guadua e Dendrocalamus, é indicado manter de sete a oito metros de espaçamento entre covas e linhas. A distância impede que haja competição pela luz solar e permite a circulação durante o corte e manejo dos colmos entre as touceiras que surgirão. No caso dos entouceirantes de menor porte, o plantio deve ser feito em alinhamento contínuo em uma vala rasa. Para bambus alastrantes, é determinada uma área onde as mudas serão distribuídas. As medidas das covas são de 50 x 50 x 50 centímetros.
PRODUÇÃO: Entre o terceiro e o quinto ano de idade, o colmo de bambu deve ser colhido e armazenado em local coberto e livre de umidade. A colheita deve ser feita de preferência nos meses mais secos, entre maio e agosto. Corte os colmos a 20 centímetros acima do solo, logo acima do primeiro nó, utilizando serra elétrica, serra manual de poda, machado ou facão.
A Sabedoria do bambu chinês...
Depois de plantada a semente deste incrível arbusto não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto o lento desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo.
Durante 5 anos todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e Horizontalmente pela terra está sendo construída. Então, no final do 5º. Ano o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.
Um escritor de nome Covey escreveu: muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês.
Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não vê nada por semanas, meses, ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o Seu 5º Ano chegará, e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava.
O bambu chinês nos ensina
que não devemos facilmente desistir
de nossos projetos, de nossos sonhos, de nosso trabalho,
especialmente de um projeto fabuloso que envolve mudanças...
de comportamento, de pensamento,
de cultura e de sensibilização.
Devemos sempre lembrar do bambu chinês, para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.
Procure cultivar sempre dois bons hábitos em sua vida: a persistência e paciência, pois você merece alcançar todos os seus sonhos!!!
É preciso muita fibra para chegar às alturas
e ao mesmo tempo muita flexibilidade
para se curvar ao chão.
Leia Mais
Onde comprar: mudas podem ser adquiridas no Sítio da Mata, em Tietê (SP), tel. (11) 5524-4932, www.sitiodamata.com.br, contato@sitiodamata.com.br; Ebiobambu, Itatiaia (RJ), tel. (21) 2266-2197, www.ebiobambu.com.br, secretaria@ebiobambu.com.br; Guadua Bambu, Porto Alegre (RS), tel. (51) 3332-6906, www.guadua.com.br, guadua@guadua.com.br
Mais informações: Antonio Fernando Caetano Tombolato, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, NPD Jardim Botânico, Caixa Postal 28, CEP 13020-902, Campinas (SP), tombolato@iac.sp.gov.br; Boletim técnico estudo da viabilidade técnica para o cultivo de bambu-gigante em Planaltina (DF), Eraldo Bonini de Souza, trabalho de conclusão do curso de agronomia da Upis – Faculdades Integradas, tel. (61) 3488-9909; e Bambu de corpo e alma, Editora Canal6, Antonio Ludovico Beraldo, professor da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade de Campinas (Unicamp), e Marco Antonio dos Reis Pereira, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Bauru, http://canal6.com.br/wp/?p=342
Mais informações: Antonio Fernando Caetano Tombolato, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, NPD Jardim Botânico, Caixa Postal 28, CEP 13020-902, Campinas (SP), tombolato@iac.sp.gov.br; Boletim técnico estudo da viabilidade técnica para o cultivo de bambu-gigante em Planaltina (DF), Eraldo Bonini de Souza, trabalho de conclusão do curso de agronomia da Upis – Faculdades Integradas, tel. (61) 3488-9909; e Bambu de corpo e alma, Editora Canal6, Antonio Ludovico Beraldo, professor da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade de Campinas (Unicamp), e Marco Antonio dos Reis Pereira, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Bauru, http://canal6.com.br/wp/?p=342
Fonte:Globo Rural
http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI246988-18293,00-BAMBU.html
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