domingo, 28 de setembro de 2014

PERDA DE ESPÉCIES DE POLINIZADORES: PROBLEMA GLOBAL

 

Perda de espécies de polinizadores é um problema global 

Vídeo (? )


 

O Mundo sem  as Abelhas - 10min.
 
 
O Mundo Invisível das Abelhas - 8min.

Onde começa a Vida - 4min.



Entrevista com a pesquisadora Vera
Imperatriz Fonseca, 
coordenadora do Grupo da Plataforma
Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES),
responsável em avaliar as causas do declínio de espécies polinizadores.

Entrevista para a Agência Fapesp - setembro de 2014.



Polinização: A Importância das Abelhas - 6min.
 
 A Beleza da Polinização -4min.


 Sabiás e Abelhas - Polinização - 6min.


 
Insetos Polinizadores - 2min.

Leia mais em:

Força-tarefa internacional fará diagnóstico sobre polinização no mundo:

Força-tarefa internacional 

fará diagnóstico sobre polinização no mundo

23 de setembro de 2014

Por Elton Alisson


Agência FAPESP – Um grupo de 75 pesquisadores de diversos
países-membros da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e
Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), que reúne 119
nações de todas as regiões do mundo, fará uma avaliação global sobre
polinizadores, polinização e produção de alimentos.

O escopo do projeto foi apresentado na última quarta-feira (17/09) em
São Paulo, no auditório da FAPESP, em um encontro de integrantes do
organismo intergovernamental independente, voltado a organizar o
conhecimento sobre a biodiversidade no mundo e os serviços
ecossistêmicos.

“A ideia do trabalho é avaliar todo o conhecimento existente sobre
polinização no mundo e identificar estudos necessários na área para
auxiliar os tomadores de decisão dos países a formular políticas
públicas para a preservação desse e de outros serviços ecossistêmicos
prestados pelos animais polinizadores”, disse Vera Imperatriz Fonseca,
do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e do
Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITVDS), à Agência FAPESP.

“Já estamos conhecendo melhor o problema [da crise da polinização no mundo].
Agora, precisamos identificar soluções”, disse a pesquisadora, que
coordena a avaliação ao lado de Simon Potts, professor da University of
Reading, do Reino Unido.

De acordo com Fonseca, há mais de 100 mil espécies de animais
invertebrados polinizadores no mundo, dos quais 20 mil são abelhas. Além
de insetos polinizadores – que serão o foco do relatório –, há também
cerca de 1,2 mil espécies de animais vertebrados, tais como pássaros,
morcegos e outros mamíferos, além de répteis, que atuam como
polinizadores.

Estima-se que 75% dos cultivos mundiais e entre 78% e 94% das flores silvestres do planeta dependam da polinização por animais, apontou a pesquisadora.

“Há cerca de 300 mil espécies de flores silvestres que dependem da polinização por insetos”, disse Fonseca. “O valor anual estimado
desse serviço ecossistêmico prestado por insetos na agricultura é de
US$ 361 bilhões. Mas, para a manutenção da biodiversidade, é
incalculável”, afirmou.

Nos últimos anos registrou-se uma perda de espécies nativas de
insetos polinizadores no mundo, causada por, entre outros fatores,
desmatamento de áreas naturais próximas às lavouras, uso de pesticidas e
surgimento de patógenos.

Se o declínio de espécies de insetos polinizadores se tornar
tendência, pode colocar em risco a produtividade agrícola e,
consequentemente, a segurança alimentar nas próximas décadas, disse a
pesquisadora.

“A população mundial aumentará muito até 2050 e será preciso produzir
uma grande quantidade de alimentos com maior rendimento agrícola, em um
cenário agravado pelas mudanças climáticas. A polinização por insetos
pode contribuir para solucionar esse problema”, afirmou Fonseca.

Segundo um estudo internacional, publicado na revista Current Biology, estima-se que o manejo de colmeias de abelhas utilizadas pelos agricultores para polinização – como as abelhas domésticas Apis mellifera L, amplamente criadas no mundo todo – tenha aumentado em cerca de 45% entre 1950 e 2000.
As áreas agrícolas dependentes de polinização, no entanto, também
cresceram em mais de 300% no mesmo período, apontam os autores da
pesquisa.

“Apesar de ter aumentado o manejo de espécies de abelhas
polinizadoras, precisamos muito mais do que o que temos no momento para
atender às necessidades da agricultura”, avaliou Fonseca.
O declínio das espécies de polinizadores no mundo estimula a
polinização manual em muitos países. Na China, por exemplo, é comum o
comércio de pólen para essa finalidade, afirmou a pesquisadora.
“Na ausência de animais para fazer a polinização, tem sido feita a
polinização manual de lavouras de culturas importantes, como o dendê e a
maçã. No Brasil se faz a polinização manual de maracujá , tomate e de
outras culturas”, disse.

Falta de dados
Segundo Fonseca, já há dados sobre o declínio de espécies de abelhas, moscas-das-flores (sirfídeos) e de borboletas na Europa, nos Estados Unidos, no Oriente Médio e no Japão.
Um estudo internacional, publicado no Journal of Apicultural Research, apontou perdas de aproximadamente 30% de colônias de Apis mellifera L em decorrência da infestação pelo ácaro Varroa destructor, que diminui a vida das abelhas e, consequentemente, sua atividade de polinização nas flores, em especial nos países do hemisfério Norte.

Na Europa, as perdas de colônias de abelhas em decorrência do ácaro podem chegar a 53% e, no Oriente Médio, a 85%, indicam os autores do estudo. No entanto, ainda não há estimativas sobre a perda de colônias e de espécies em continentes como a América do Sul, África e Oceania.
“Não temos dados sobre esses continentes. Precisamos de informações objetivas para preenchermos uma base de dados sobre polinização em nível mundial a fim de definir estratégias de conservação em cada país”, avaliou Fonseca. “Também é preciso avaliar os efeitos de pesticidas no desaparecimento das abelhas em áreas agrícolas, que têm sido objeto de estudos e atuação dos órgãos regulatórios no Brasil.”

Outra grande lacuna a ser preenchida é a de estudos sobre interações entre espécies de abelhas polinizadoras nativas com as espécies criadas para polinização, como as Apis mellifera L.
Um estudo internacional publicado em 2013 indicou que, quando as Apis mellifera L e as abelhas solitárias atuam em uma mesma cultura, a taxa de polinização aumenta significativamente, pois elas se evitam nas flores e mudam mais frequentemente de local de coleta de alimento, explicou Fonseca.

De acordo com a pesquisadora, uma solução para a polinização em áreas agrícolas extensas tem sido o uso de colônias de polinizadores provenientes da produção de colônias em massa, como de abelhas Bombus terrestris, criadas em larga escala e inclusive exportadas.

Em 2004, foi produzido 1 milhão de colônias dessa abelha para uso na agricultura.
Na América do Sul, o Chile foi o primeiro país a introduzir essas abelhas para polinização de frutas e verduras. Em algumas áreas onde foi introduzida, entretanto, essa espécie exótica de abelha mostrou ser invasora e ter grande capacidade de ocupar novos territórios.

“É preciso estudar mais a interação entre as espécies para identificar onde elas convivem, qual a contribuição de cada uma delas na polinização e se essa interação é positiva ou negativa”, indicou Fonseca.
“Além disso, a propagação de doenças para as espécies nativas de abelhas causa preocupação e deve ser um foco da pesquisa nos próximos anos”, indicou.

Problema global
De acordo com Fonseca, a avaliação intitulada Polinizadores, polinização e produção de alimentos, do IPBES, está em fase de redação e deverá ser concluída no fim de 2015.

Além de um relatório técnico, com seis capítulos de 30 páginas cada, a avaliação também deverá apresentar um texto destinado aos formuladores de políticas públicas sobre o tema, contou.
“A avaliação sobre polinização deverá contribuir para aumentar os esforços de combate ao problema do desaparecimento de espécies de polinizadores no mundo, que é urgente e tem uma relevância política e econômica muito grande, porque afeta a produção de alimentos”, afirmou.

A avaliação será o primeiro diagnóstico temático realizado pelo IPBES e deverá ser disponibilizada para o público em geral em dezembro de 2015. O painel planeja produzir nos próximos anos outros levantamentos semelhantes sobre outros temas como espécies invasoras, restauração de habitats e cenários de biodiversidade no futuro.

Uma estratégia adotada para tornar os diagnósticos temáticos mais integrados foi a criação de forças-tarefa – voltadas à promoção da capacitação profissional e institucional, ao aprimoramento do processo de gerenciamento de dados e informações científicas e à integração do conhecimento tradicional indígena e das pesquisas locais aos processos científicos –, que deverão auxiliar na produção do texto final.

“O IPBES trabalha em parceria com a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura], Unep [Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], CBD [Convention on Biological Diversity], Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] e todos os esforços anteriores que trataram do tema de polinização”, afirmou Fonseca.

A polinização foi o primeiro tópico a ser escolhido pelos países-membros da plataforma intergovernamental, entre outras razões, por ser um problema global e já existir um grande número de estudos sobre o assunto, contou Carlos Joly, coordenador do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP) e membro do Painel Multidisciplinar de Especialistas do IPBES.

“Como já há um arcabouço muito grande de dados sobre esse tema, achamos que seria possível elaborar rapidamente uma síntese. Além disso, o tema tem um impacto global muito grande, principalmente por estar associado à produção de alimentos”, avaliou Joly.

Os 75 pesquisadores participantes do projeto foram indicados pelo Painel Multidisciplinar de Especialistas do IPBES, que se baseou nas indicações recebidas dos países-membros e observadores da plataforma intergovernamental.

Dois do grupo são escolhidos para coordenar o trabalho, sendo um de um país desenvolvido e outro de uma nação em desenvolvimento.
“O convite e a seleção da professora Vera Imperatriz Fonseca como coordenadora da avaliação é reflexo da qualidade da ciência desenvolvida nessa área no Brasil e da experiência dela em trabalhar com diagnósticos nacionais”, avaliou Joly. “Gostaríamos de ter mais pesquisadores brasileiros envolvidos na elaboração dos diagnósticos do IPBES.”





Painel Intergovernamental discute capacitação para pesquisas em biodiversidade

18 de setembro de 2014

Por Karina Toledo
Agência FAPESP – A capacidade de produzir e tornar acessíveis conhecimentos científicos de qualidade que possam auxiliar na formulação de políticas públicas voltadas à proteção da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável varia enormemente entre os diversos países do globo. 

Cientes dessa assimetria, os membros da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) aprovaram em seu primeiro programa de trabalho – que compreende as atividades previstas para os anos de 2014 a 2018 – a criação de uma força-tarefa voltada a promover a capacitação profissional e institucional necessária para atender às demandas da organização.
Membros dessa força-tarefa estiveram reunidos nos dias 15 e 16 de setembro, em São Paulo, com acadêmicos, representantes do setor privado, de organizações não governamentais, de programas ambientais da Organização das Nações Unidas (ONU) e outras instituições multilaterais para discutir estratégias que permitam levantar os recursos técnicos e financeiros necessários. 

“O IPBES tem quatro principais funções: realizar um diagnóstico sobre o estado do conhecimento da biodiversidade no mundo, oferecer diretrizes para a geração de novos conhecimentos e para o gerenciamento das informações, apoiar o desenvolvimento de políticas públicas e, por último, oferecer capacitação para que todas essas três outras funções possam acontecer e para garantir a participação efetiva de todos os países membros”, explicou Ivar Baste, membro da diretoria do IPBES e co-coordenador da força-tarefa de capacitação. 

Segundo Baste, o objetivo do encontro em São Paulo foi entender como tornar o processo de capacity building mais sustentável. “Queremos levantar lições aprendidas com experiências anteriores, entender como podemos nos conectar com iniciativas de capacitação já existentes e como podemos comunicar, de maneira mais eficaz, a importância da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos para o desenvolvimento sustentável e o avanço do bem-estar humano”, afirmou. 

De acordo com Carlos Alfredo Joly – que, além de coordenar o programa BIOTA-FAPESP, é membro do Painel Multidisciplinar de Especialistas do IPBES e integrante da força-tarefa de capacitação –, todos os 119 países que compõem a plataforma foram consultados sobre suas demandas por treinamento profissional. 

“Fizemos uma triagem para selecionar prioridades e avaliar como podemos atender à demanda. Neste encontro, estamos discutindo iniciativas semelhantes desenvolvidas pela Convenção da Biodiversidade, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e outras experiências anteriores para avaliar o que podemos acrescentar de novo”, disse Joly. 

As discussões visaram a fornecer subsídios a uma segunda reunião, também em São Paulo, entre os dias 17 e 19 de setembro, na qual os membros da força-tarefa elaboram as propostas de trabalho para aprovação na plenária do IPBES, agendada para janeiro de 2015. 

Uma das principais propostas é a criação de uma matchmaking facility, ou seja, uma ferramenta que permita reunir em um mesmo contexto as demandas por capacitação dos diversos parceiros e as ofertas de apoio feitas por instituições e indivíduos. 

Iniciativa similar foi apresentada por Richard Byron-Cox, diretor de Capacitação do Secretariado da Convenção de Combate à Desertificação das Nações Unidas (UNCCD, na sigla em inglês) e idealizador do portal Capacity Building Marketplace

“Há uma grande demanda por capacitação e há também muitas pessoas e instituições dispostas a apoiar. O problema é que a demanda está em um lugar, e a oferta, em outro. Esse mercado online pretende ser um lugar de encontro entre aqueles que têm algo a pedir e os que têm algo a oferecer, seja um treinamento, um trabalho voluntário ou uma consultoria, sejam recursos financeiros para doação”, disse Byron-Cox. 

Como um dos representantes do setor privado, Luiz Eugênio Mello, diretor do Instituto Tecnológico Vale, ressaltou em entrevista à Agência FAPESP que o encontro tornou clara a possibilidade de identificar “objetivos comuns”, que permitam a “interação entre governos, academia e a iniciativa privada para a consecução das metas da plataforma”. 

“A Vale é uma empresa que está presente em 30 dos 119 países membros do IPBES e tem interesse concreto de olhar para a biodiversidade em praticamente todos eles. Também dispõe de recursos valiosíssimos. Mantém, por exemplo, uma reserva natural em Linhares (ES), que é a maior área contígua de floresta de baixa altitude remanescente na Mata Atlântica. Opera também a maior mina de ferro do mundo, onde mantém a Floresta Nacional de Carajás (PA). Ambos são locais ideais para a realização de inventários e para o treinamento de pessoas”, disse Mello. 

Já Stanley Asah, professor da University of Washington, dos Estados Unidos, falou durante o encontro sobre como os membros do IPBES podem aprimorar sua comunicação para obter maior engajamento de parceiros. 

“Para os membros da força-tarefa de capacitação, por exemplo, é importante saber mostrar a possíveis doadores como eles podem se beneficiar com a doação. Mas recrutar doações é fácil, a parte difícil é mantê-las no longo prazo. Para isso, é preciso examinar como estão mudando as motivações e os interesses dos doadores e adaptar o programa de forma que ele continue atendendo a essas expectativas e aos objetivos do IPBES”, disse. 

Metas para 2018
Em um evento aberto à comunidade realizado no dia 17 de setembro, na sede da FAPESP, os membros do IPBES apresentaram um panorama do programa de trabalho da plataforma para o período entre 2014 e 2018. 

Durante a abertura, o presidente da FAPESP, Celso Lafer, destacou que a participação de Joly nas iniciativas do IPBES é um desdobramento de seu trabalho no Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP).
Lafer também destacou a contribuição que a FAPESP tem oferecido para o processo decisório e a formulação de políticas públicas por meio de seus três principais programas de pesquisa: o BIOTA, o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). 

“É indispensável a relação entre ciência e o processo decisório, sobretudo na área ambiental. Tendo participado como ministro [das Relações Exteriores] da Rio 92 [Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento] e da Rio +10, sempre tive muito cuidado e atenção em relação a esses aspectos e é por isso que tenho muito orgulho dos três grandes programas que a FAPESP apoia e sustenta”, disse Lafer. 

Baste afirmou que o legado da Rio 92 é impressionante e foi responsável por colocar o mundo em uma trajetória de desenvolvimento sustentável. 

Além da força-tarefa de capacitação, estão previstas outras duas iniciativas semelhantes no programa de trabalho do IPBES: uma voltada a aprimorar o processo de gerenciamento de dados e informações científicas e outra para integrar o conhecimento indígena e as pesquisas locais nos processos científicos e na avaliação e contabilização de biodiversidade e serviços ecossistêmicos.
Também está programado um conjunto de avaliações globais e regionais sobre temas como agentes polinizadores e sua relação com a produção de alimentos, o problema das espécies invasoras e os processos de degradação da terra e de restauração. 

A ideia é que, até dezembro de 2018, seja divulgado o diagnóstico global do status da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos – relatório que deverá orientar a tomada de decisão em todas as convenções da área (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/18410). 

“Já em 2015 começam a ser feitos os diagnósticos regionais. Para o Brasil participar efetivamente da elaboração de um bom relatório sobre América Latina e Caribe, precisaríamos ter um bom diagnóstico nacional sobre o estado dos ecossistemas e da biodiversidade, sobre como alterações antrópicas alteraram seu funcionamento e os impactos nos serviços ecossistêmicos. Como ainda não temos esse diagnóstico, vamos precisar trabalhar simultaneamente no nível nacional e regional. Isso só será possível com o forte engajamento da comunidade científica que atua nessa área no Brasill”, disse Joly.

Publicado em 22/09/2014
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 Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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