Composto orgânico ideal

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Um dos maiores problemas das hortas

são os "bixinhos" da natureza

que teimam em se alimentar das plantinhas...

Um solo com biodiversidade possui um equilíbrio de microrganismos e mantém as populações de insetos em níveis baixos, mas nem sempre possuimos um solo "vivo", principalmente nas hortas domésticas urbanos. Muitos se esquecem do famoso "equilíbrio ecológico" e não se aperceberam ainda de que o solo é um complexo vivo.

Imagine como se deu a evolução das plantas em nosso planeta: pode-se dizer que ao longo dos anos as raizes evoluiram para retirar nutrientes (sais minerais) do solo, sendo o solo o depósito de materiais em "decomposição". Subentende-se "decomposição" como a desestruturação dos tecidos e a transformação das proteinas em aminoácidos livres... Então as raizes evoluiram dentro de um sistema de "decomposição". Juntam-se nesse sistema carcaças de animais e seus dejetos.

O processo de "decomposição" libera gas metano (CH4) que é tóxico quando encontra-se concentrado. As raizes da plantas sofrem com grandes concentrações de metano e podem parar de crescer ou até morrerem, por isso não devemos enterrar resíduos de alimentos diretamente nos canteiros, e sim colocá-los em um local próprio para sua "decomposição".

Objetivado um substrato o mais parecido com o do mato e por causa do perigo em alcançar uma concentração de metano que possa causar problemas na horta, faz-se o "Composto Orgânico".

Um bom "Composto Orgânico" pode ser feito assim:

1. Prepara-se o terreno sob o qual vai ser feito o composto fazendo uma ligeira declividade e um buraco no solo para que um balde que irá recolher o xorume.

2. Coloca-se uma luna plástica impermeável sob o terreno, para recolher todo o xorume e conduzí-lo ao balde.3. Coloca-se um feixe de varas (preferencialmente bambu) sobre a lona, para fazer um condutor do xorume para o balde.

3. Coloca-se um feixe de varas (preferencialmente bambu) sobre a lona, para fazer um condutor do xorume para o balde.

4. Coloca-se camadas assim compostas: um pouco de terra (preferencialmente de mato), gramíneas (ainda verses), leguminosas (ainda verdes), esterco de animais e calcário (pode aproveitar a cinza do fogão a lenha). A montar cada camada, caminhe sobre ela para que compacte bem. Vá montando o composto até que alcance 1 metro de altura. Pode ter 1 metro de largura e o comprimento que for.

5. Coloca-se uma proteção para impedir que a chuva encharque o material, por sobre a pilha e em suas laterais, mas deixa-se a frente e a traseira abertas para ter um pouco de aeração. Também pode-se colocar um feixe de varas no sentido do comprimento, no meio do composto, para dar uma passagem do ar e resfriá-lo um pouco. Se a fermentação alcança uma temperatura muito alta pode matar os microrganismos desejáveis.

6. Regule a umidade regando o composto esporadicamente. A quantidade de água depende do material e do clima, Use o bom senso para não "lavar" o material e manter a umidade suficiente para que a fermentação ocorra.

7. O xorume do balde é a melhor parte do composto, é uma calda de catérias ótima para a horta, porém muito concentrada.

É recomendável que esse xorume seja espalhado novamente sobre a pilha do composto, pois vai aumentar a concentração de bactérias e acelerar o processo de decomposição. Alguns agricultores coam o xorume e o diluem em água (sem cloro) para regar as plantas.

O resultado em saúde

e crescimento é excelente.

Outros fazem o "fermento do mato" (veja Dica para hortas de sucesso) e regam regularmente com ele o composto.

Normalmente o composto leva entre 45 dias a 90 dias para ficar pronto pare ir para a horta, o tempo depende muito dos materiais utilizados.

Foto 01 - Preparo do terreno (Terras Altas, PA)

Foto 02 - Pilha sendo elaborada. Observa-se a largura de 1 metro.

Foto 03 - Aeração da pilha de composto, também nota-se as camadas superpostas.

Foto 04 - Condução do xorume para o balde (Terras Altas, PA).
Neste caso o agricultor possuia resto de canos de PVC e utilizou eles em substituição ao bambu, pois os canos estavam furados e não se prestavam mais para conduzir água, fez uma reciclagem...
Balde de xorume